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Sempre atrás dos outros? Como a comparação constante distorce sua visão de si

15/05/2025

Vivemos em uma era em que é possível acompanhar a vida das outras pessoas em tempo real ou pelo menos, a versão que elas escolhem mostrar. Redes sociais, filtros e conquistas compartilhadas com orgulho podem facilmente alimentar um sentimento que, embora humano, se torna adoecedor quando constante: a comparação.

Comparar-se é um hábito natural do ser humano, ligado ao nosso processo de aprendizado e pertencimento. Desde cedo, observamos o outro para construir nossa identidade. No entanto, quando essa comparação se transforma em medida de valor pessoal, ela pode gerar insegurança, ansiedade, frustração e baixa autoestima. É o caso de quem se vê como menos inteligente ao acompanhar colegas que ascenderam profissionalmente, ou de quem se sente menos desejável ao olhar casais felizes nas redes sociais, mesmo sem conhecer a realidade por trás das fotos.

A comparação constante tem uma relação direta com a sensação de inadequação, pois parte de uma lógica de “escassez de valor”: se o outro tem sucesso, beleza, carisma ou afeto, logo isso parece significar que há menos espaço para você. Esse olhar distorcido é alimentado por crenças internalizadas ao longo da vida como a ideia de que é preciso “ser o melhor” para merecer amor, reconhecimento ou aceitação.

Essas crenças podem vir de experiências familiares, escolares ou sociais em que a pessoa aprendeu a se definir a partir de parâmetros externos. Crianças que cresceram sendo comparadas com irmãos, colegas ou outras crianças, por exemplo, podem carregar a crença de que nunca são suficientes como são. Isso pode evoluir para um padrão adulto de autoexigência extrema, insatisfação crônica e autocrítica severa (Neff, 2011; Branden, 1994).

Na comparação constante, raramente nos comparamos com quem está em situação semelhante à nossa. É mais comum que a régua seja alguém que já chegou “mais longe”, ignorando o contexto, as oportunidades e os processos distintos. O resultado é uma autoestima fragilizada, uma sensação de fracasso e uma visão turva da própria trajetória.

A psicoterapia, especialmente em abordagens como a Gestalt-terapia, convida o indivíduo a abandonar o ideal de perfeição e a entrar em contato com a própria realidade vivida com seus limites, suas conquistas, suas dores e seus desejos. Ao desenvolver uma consciência mais clara do “aqui e agora”, a pessoa aprende a olhar para si com mais gentileza, sem se medir com a régua do outro. Isso não significa eliminar totalmente as comparações, mas sim dar menos poder a elas. A pessoa passa a se perguntar: “O que é importante para mim agora?”, “Como me sinto com essa escolha?”, em vez de “Será que estou tão bem quanto fulano?”

Superar a comparação constante é um processo de voltar-se para dentro e reconstruir o próprio senso de valor. É descobrir que não há um pódio da vida e que caminhar no seu ritmo não significa estar atrás significa estar presente.

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